A Volta da Rússia
A Volta da Rússia na América Latina
Por Héctor Zamarripa.(*)
A Rússia está de volta na América Latina. Recentemente o presidente Medvedev realizou uma gira com destinos latino-americanos altamente importantes como o Brasil, Cuba, Venezuela e Peru, com uma histórica visita a Venezuela. Também se realizou uma visita a Moscou por parte da presidente da Argentina Cristina Kitchner e o comandante Daniel Ortega, presidente da Nicarágua. Na mesma época nossos mares se abrilhantaram com a prestigiosa visita do super colosso “Pedro o Grande”, que atravessou o canal de Panamá, emblema da dominação norte-americana, e navegou livremente pelo Caribe a convite do comandante-presidente Hugo Chávez Frías, marcando assim uma nova era.
Rússia e América Latina retomam relações mais amplas com uma aproximação econômica, energética, de transporte, da indústria, das telecomunicações, de turismo, de alta tecnologia, político e militar, lembrando a permanente presença de Cuba que completa meio século de resistência a um brutal e ao maior bloqueio econômico que país algum tenha imposto sobre outro menor pelo crime de não ter se submetido aos seus desígnios. Tudo isto dentro da revolução política que está vivenciando o hemisfério com governos como o da Venezuela, do Brasil, da Bolívia, do Equador, da Nicarágua, da Argentina, do Paraguai,e as mais recentes e relevantes vitórias em El Salvador e Uruguai. A Venezuela tem reforçado a cooperação militar com Moscou, em resposta às seguidas tentativas da Casa Branca de desestabilizar o governo revolucionário e democrático que se vive nela.
Após as manobras da Marinha russa e venezuelana em águas caribenhas o presidente Medvedev manifestou que a Venezuela é “o sócio estratégico e prioritário da Rússia na América Latina”, e acrescentou “ A aproximação com América Latina se trata de uma decisão geopolítica séria onde se juntam todos os segmentos antiimperialistas do mundo”.
É bom lembrar que em 1783, justamente quando nascia Simón Bolívar, o caraquenho Francisco de Miranda, já tinha a idéia de uma América Meridional livre e unida numa confederação de nações irmãs, e que como capitão desertou do exército espanhol por ter sido condenado a morte pelas suas idéias libertárias, foi para Cuba e chegou os Estados Unidos onde comandou tropas para a independência daquele país, posteriormente iria a Europa, chegou a Rússia onde também comandou tropas russas após sua entrevista com Catalina da Rússia, que não só se negou a entregá-lo à Espanha, que o reclamava,como também o nomeia Oficial do Estado Maior, apoiou política e financeiramente seu projeto de emancipação sul-americano, convertendo à Rússia na única nação extracontinental que apoiou de maneira oficial, o projeto de emancipação que na época viajava no porta-folhos de Miranda.
Já no século XX sob a direção do Lênin proclama ante o mundo a grandeza da revolução russa, a criação da União Soviética e a fortaleza ideológica e estrutural do Partido Comunista.
Rússia ontem, hoje e sempre, unida com América Latina para derrotar os impérios do terror e da exploração.
(*) O autor é internacionalista, Secretário de Relações Internacionais
do Congresso Bolivariano dos Povos-Manaus e membro
do Comitê Estadual do Partido Comunista do Brasil –AM.